As casas na zona da Grande Lisboa estão, de uma forma geral, a ser comercializadas acima das avaliações bancárias - que servem de referência aos contratos de crédito à habitação. No total, há 18 municípios em que se verifica este cenário, chegando o preço de venda a superar em até 35% o valor dado pelos bancos aos imóveis, segundo uma análise da Proteste Investe.
A revista da DECO - Associação de Defesa dos Direitos do Consumidor (Deco) conclui que o preço médio dos T2 anunciados online está 35% acima do valor médio de avaliação bancária. A sobrevalorização de preços verificou-se também no caso dos T3, que registaram um disparo de 30%. Aliada a esta tendência está a subida do número de pedidos de financiamento ao setor bancário na hora de comprar casa.
A avaliação predial do imóvel deveria servir de indicador para o preço de venda, no entender da Proteste, mas diz que não é essa a situação que se tem vindo a verificar no mercado nos últimos tempos - com o mercado imobiliário em alta.
“Quando o Código do Imposto Municipal sobre Imóveis entrou em vigor, esperava-se que a avaliação dos imóveis para efeitos tributários se aproximasse entre 80 a 90% do valor do mercado. No entanto, o que se paga por um imóvel é sempre mais do que o valor do registo predial ou da própria avaliação feita pelos avaliadores certificados”, explica a Proteste Investe.
Os dados do gabinete de estatística da União Europeia (UE), Eurostat, mostram que Portugal teve a quarta maior subida dos preços das casas no espaço de um ano, apenas superado pela Hungria (11,6%), Letónia (10,6%) e na Bulgária (8,8%). As casas ficaram 7,6% mais caras entre 2016 e 2017. Em termos médios, o preço das habitações aumentou 3,5% na zona euro e 4,3% na UE.
E no primeiro trimestre deste ano, em comparação com os preços praticados no ano passado, os preços dispararam, em média, 12,2% no mercado português, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE).
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